Cultura Nacional
Esta quinta-feira (1º) marca o Dia Nacional do Pasillo, no Equador, considerado o gênero musical mais representativo do acervo popular do país. A data é uma homenagem ao nascimento do intérprete Julio Jaramillo Laurido, reconhecido como um ícone da música popular latino-americana do século 20.
Publicado 01/10/2015 15:23
Julio Jaramillo interpretou as melhores criações deste ritmo dos maiores compositores e músicos equatorianos, que também foram reconhecidos internacionalmente. Da extensa quantidade de canções que gravou, uma grande porcentagem foi em ritmo de pasillos, entre as principais estão: Romance de mi destino, El Aguacate , Sombras, Esposa e Laparillas.
O pasillo é considerado como uma expressão musical em que se juntam a sensibilidade e a nostalgia. Suas letras, na maioria das vezes, são de conteúdo romântico e geram suspiros em quem escuta.
Segundo o cantor equatoriano Juan Fernando Velasco, o pasillo é “sem dúvida” o gênero musical com o qual a maioria dos equatorianos se sente representado. “É o mais arraigado em nosso país”, disse.
“Hoje em dia eu sinto que há muitas circunstâncias em nosso país que fazem com que estejamos voltando os olhos para a nossa cultura, para a beleza do nosso país. O pasillo, principalmente, tem aproximado as novas gerações, e percebo eu, que comecei minha carreira como solista em 1999 e nesta época sentia que os pasillos não tinham nenhuma adesão entre os jovens e hoje em dia boa parte dos meus shows têm pasillos que eles disfrutam, cantam e sentem”, explicou o artista.
Velasco lançou recentemente seu novo álbum, Misquilla, composto por dez pasillos tocados de maneira tradicional, arranjos sinfônicos e conta com a participação de artistas renome internacional.
A partir dos anos 50 a produção fonográfica, mais em especial os espaços para programas ao vivo nas rádios, começam a dar prioridade ao pasillo e tornaram populares os intérpretes como o dueto de Luis Alberto Valencia e Gonzalo Benítez, Carlota Jaramillo, Irmãos Montecel, As Irmãs Mendonza Sangurima, Irmãs Mendonza Suasti, Los Coraza e Marco Tulio Hidrobo. Os mesmos que utilizam letras de grandes poetas, como Medardo Angel Silva ou Arturo Borja, cujos poemas tem sido musicalizados e amplamente difundidos.
Jorge Yépez, integrante do duo dos Irmãos Yépez, com uma carreira artística de mais de 30 anos, afirmou que “as letras dos pasillos equatorianos têm um conteúdo social que expressa a forma de sentir e de ser do equatoriano e que esta tradição não deve se perder com a chegada de novos ritmos ou influências musicais internacionais porque constituem nossa identidade cultural e é dever de todo equatoriano seguir mantendo o gosto pela boa música”.
Em 1993, durante o governo de Sixto Durán Ballén, foi declarado o dia 1º de outubro como o dia nacional do gênero musical e em 11 de outubro de 2012 o Ministério do Patrimônio, Ministério da Cultura e o Instituto do Patrimônio Cultural iniciaram o processo para declarar o pasillo como Patrimônio Cultural do Equador.
Assista a reportagem sobre uma esocola de pasillo no Equador (em espanhol):
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